Vidas negras importam https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br HIstórias, denúncias e referências para quem quer aprender, mudar e se desconstruir Tue, 07 Dec 2021 12:41:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Vidas Negras Importam mudou de endereço https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/12/07/vidas-negras-importam-mudou-de-endereco/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/12/07/vidas-negras-importam-mudou-de-endereco/#respond Tue, 07 Dec 2021 12:35:03 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/vidas-negras-30-09-2021-foto-de-Danilo-Verpa_Folhapress-2-300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=202 Caro leitor,

Este blog continua na Folha, mas, agora, em um novo endereço. Acesse folha.com/vidasnegrasimportam para continuar lendo tudo que o Vidas Negras Importam publica.

Os textos já publicados permanecerão neste espaço para serem lidos e relidos.

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Blog na Folha

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Folha homenageia Dia da Consciência Negra com gesto de resistência https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/11/20/folha-homenageia-dia-da-consciencia-negra-com-gesto-de-resistencia/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/11/20/folha-homenageia-dia-da-consciencia-negra-com-gesto-de-resistencia/#respond Sat, 20 Nov 2021 14:53:07 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/ee1c602cc415905be1ddc26b145c281e1f26818f32e074d27b6e68b0d061ffa9_61990a63cf68e_preview-300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=196 Matheus Moreira

A Folha acrescenta neste 20 de novembro a seu cabeçalho o ícone do punho cerrado com o braço erguido, uma mensagem de que as vidas negras importam, para marcar o combate ao racismo.

Historiadores apontam que foi no século 19 que o gesto, de origem incerta, passou a ser difundido como símbolo de solidariedade, desafio e repúdio à opressão por movimentos de esquerda europeus .

Nos anos 30 do século seguinte, simbolizou a resistência espanhola ao franquismo. Assim ganhou sua conotação antifacista, que migraria para a iconografia dos Estados Unidos por meio dos mais de 2.000 norte-americanos que se voluntariaram para combater ao lado dos espanhóis em 1938.

Nos anos 1960, de reivindicação de direitos civis contra a segregação racial nos EUA, o movimento Black Power e o Partido dos Panteras Negras o incorporam como símbolo. Mas foram os atletas Tommie Smith e John Carlos que o popularizaram globalmente ao erguerem seus punhos cerrados no pódio das Olimpíadas do México de 196 em um protesto antirracista.

A Folha adiciona a bandeira do Brasil a seu cabeçalho no dia da Independência e na Proclamação da República, e neste ano marcou também o dia do Orgulho LGBTQIA+ com a bandeira do arco-íris.

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Grupo antipassaporte vacinal exibe cartaz nazista e chama vereadoras negras de empregadas em Porto Alegre https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/10/20/grupo-antipassaporte-vacinal-exibe-cartaz-nazista-e-chama-vereadoras-negras-de-empregadas-em-porto-alegre/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/10/20/grupo-antipassaporte-vacinal-exibe-cartaz-nazista-e-chama-vereadoras-negras-de-empregadas-em-porto-alegre/#respond Wed, 20 Oct 2021 22:42:51 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/ESP6429-2-300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=180 Um grupo de manifestantes contrários ao passaporte da vacina na cidade de Porto Alegre exibiu pelo menos um cartaz que faz apologia ao nazismo no plenário da Câmara Municipal nesta quarta (20). Um integrante do grupo, que pedia o veto ao projeto, chamou vereadoras negras de empregadas.

A confusão aconteceu durante a discussão que antecedeu a votação que decidiria se o veto do prefeito de Porto Alegre ao passaporte da vacina seria mantido ou derrubado.

 

Tudo começou após o presidente em exercício, Idenir Cecchim (MDB), determinar a remoção de um homem que exibia um cartaz com apologia ao nazismo no plenário. O cartaz exibia a suástica e trazia imagens de braços de pessoas e o desenho de uma seringa sob o sinal de “proíbido”.

O homem não foi retirado pelos seguranças de pronto, segundo o vereador Matheus Gomes (PSOL), que reagiu tomando do homem o cartaz.

Somente então os seguranças teriam intervido e a confusão escalou até que a sessão fosse interrompida enquanto os manifestantes fossem removidos do local.

Confusão entre manifestantes contrários a passaporte vacinal, vereadores e seguranças levou sessão a ser interrompida – Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA

Após a saída do grupo do plenário, a votação foi retomada e, por 18 votos a 14 (e duas abstenções), o veto ao passaporte vacinal foi mantido.

Racismo e apologia ao nazismo

Durante a confusão, pelo menos duas vereadoras, Tássia Amorim e Bruna Rodrigues, ambas do PCdoB, foram chamadas de empregadas por uma manifestante. Rodrigues, que é presidente do partido em Porto Alegre, publicou em suas redes sociais um vídeo que mostra o momento.

“Infelizmente, ouvimos hoje aqui na Câmara o que estamos acostumadas a ouvir desde muito tempo. Ser chamada de “empregada”, de “lixo” é mais uma manifestação de um racismo que tenta desqualificar a todo momento a nossa chegada na Câmara”, escreveu.

Amorim afirma ter sido agredida por manifestantes e publicou em sua conta no Instagram fotos que mostram arranhões sobre a pele nos braços.

Vereadora Tássia Amorim mostra arranhões que afirma serem fruto de agressões dos manifestantes contrários ao passaporte vacinal
Vereadora Tássia Amorim mostra arranhões que afirma serem fruto de agressões dos manifestantes contrários ao passaporte vacinal – Foto: Reprodução

Para Matheus Gomes, o que aconteceu na Câmara Municipal “foi apologia explícita ao nazismo dentro de uma instituição democrática”.

Gomes afirma que havia homens trajando camisetas com a bandeira de Gadsen, que tem fundo amarelo e mostra uma cascavel em posição de ataque. A bandeira é um símbolo americano de amor à pátria adotado na revolução americana.

Atualmente, é utilizada por grupos de extrema direita americanos, tendo sido vista inclusive entre manifestantes que invadiram o Capitólio no dia 6 de janeiro deste ano, culminando na morte de cinco pessoas.

“Em nome do negacionismo e contra o passaporte vacinal, disseminaram o ódio racial e tentaram intimidar vereadores e vereadoras em Porto Alegre”, diz.

À Folha, Gomes disse que os vereadores já obtiveram junto aos órgãos responsáveis da Câmara Municipal a identificação dos manifestantes e que vão encaminhar a denúncia à Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância.

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Narloch distorce trabalho de historiadores para defender negacionismo da escravidão https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/narloch-distorce-trabalho-de-historiadores-para-defender-negacionismo-da-escravidao/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/narloch-distorce-trabalho-de-historiadores-para-defender-negacionismo-da-escravidao/#respond Thu, 30 Sep 2021 11:45:10 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/vidas-negras-30-09-2021-foto-de-Danilo-Verpa_Folhapress-2-300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=170 O jornalista Leandro Narloch escreve em sua coluna “Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro” que “ativistas” deveriam se insipirar em sinhás pretas usando uma lógica liberal e meritocrática.

O texto sugere que os meus ancestrais, escravizados pelos ancestrais de homens brancos como o próprio Narloch, não conquistaram suas alforrias durante o período escravocrata por não terem trabalhado duro o suficiente para ter dinheiro que pagasse por sua liberdade.

Narloch lembra, com razão, que havia mulheres negras que tinham escravos, mas o faz por meio da exceção à regra.

“Ele pega as exceções, as retira do contexto e reforça a aceestrutura racista. Isso está não só no que ele diz, mas na forma como diz. O problema é ele tirar as exceções do seu lugar de exceções”, diz Ynaê Lopes dos Santos, doutora em história pela USP e especialista em história da escravidão nas Américas.

Ao sugerir que casos de mulheres negras ricas com escravos “certamente não eram raros”, o colunista deslegitima toda a história dos povos negros brasileiros e abre margem, por exemplo, para a supressão de políticas afirmativas sob a luz de uma suposta democracia racial.

“Aonde Narloch quer chegar? Ele quer deslegitimar a luta do movimento negro hoje. No limite, ele quer implodir com a política exitosa de ações afirmativas. Ele quer colocar isso em xeque do ponto de vista da legitimidade. Ele está politizando a leitura do passado para promover o embate com a luta racial hoje”, diz Petrônio Domingues, historiador, professor da UFS (Universidade Federal de Sergipe) e autor de “Protagonismo Negro em São Paulo” (ed. Sesc-SP).

As exceções às quais se apega o colunista confirmam a regra e, não somente, são tiradas de contexto por meio do trabalho de outros pesquisadores.

“Narloch utiliza uma pesquisa minha para a construção de um dos capítulos de seu livro ‘Escravos’. O livro é feito a partir do trabalho de outros pesquisadores, e Narloch seleciona [apenas] histórias que são quase exceções dentro do processo escravista no Brasil, como escravos que tinham escravos”, diz Juliana Farias, doutora em história pela USP, em participação no podcast “Humanas – Pesquisadoras em Rede”.

À Folha, Farias reiterou sua fala no podcast, “é um resumo [do que penso]”.

Professora-adjunta na UNILAB e do Programa de Mestrado em Estudos Africanos, Populações Indígenas e Culturas Negras da UNEB, além de ter pós-doutorado em História da África pela Universidade de Lisboa, Farias critica o uso das suas pesquisas por Narloch que, segundo ela, as tira de contexto “se apropriando de um trabalho de pesquisa para fins ideologicamente orientados”.

Domingues ressalta que as sinhás pretas de fato existiram, mas que não é possível dimensionar a representatividade do grupo. “O que as pesquisas comprovaram é que era um grupo minoritário. É capciosa a narrativa de Narloch porque ele tenta inverter e generalizar”, afirma.

De maneira similar, é possível notar que o trabalho do antropólogo Antonio Risério também é desvirtuado, uma vez que o próprio antropólogo reconhece que as histórias contadas em seu livro não foram suficientes para aplacar as desigualdades sociais brasileiras no período, como aponta a reportagem de João Gabriel Telles para a Ilustrada.

O argumento de que as sinhás pretas enriqueceram e assim superaram o preconceito também carece de evidência que o sustente. “Isso é puro anacronismo. Ele disse que as sinhás pretas ascendiam e eliminavam o preconceito. A mobilidade social não eliminava o preconceito. Isso é mentira”, afirma Domingues.

Manifestantes protestam em frente à Assembleia Legislativa do RJ contra a política de segurança do governo, no Rio de Janeiro. O ato acontece após a menina Ágatha Félix ser morta por uma bala perdida. 23.set.2019 | Foto: Ricardo Borges

Já para Santos, o fato de negros terem tidos escravos não muda a história da escravidão no Brasil. Ao contrário, a reforça. Para a historiadora, Narloch analisa o movimento negro e a escravidão de forma simplista.

“Ele está fazendo isso num espaço de privilégio que ele sabe, conscientemente, que tem. O que ele faz é o uso desonesto das pesquisas científicas feitas por historiadores. Ele reduz o movimento negro ao simplismo porque é a forma como ele consegue enxergar o movimento negro. Narloch faz uso da supremacia branca e tem a ousadia de nesse lugar falar pelo movimento negro”, conclui.

Sempre haverá entre nós, negros ou brancos, aqueles que discordam, que agem de má fé ou que nem sequer se importam o bastante para pensar a respeito de qualquer coisa. Na Folha, já houve avanços na discussão sobre a complexidade dos movimentos negros ao longo da história. Faria bem a Narloch ler o jornal para o qual escreve.

Leia mais sobre a desigualdade racial no Brasil:

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Carrefour divulga projetos de equidade racial e empreendedorismo negro que financiará após morte de Beto Freitas https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/carrefour-divulga-projetos-de-equidade-racial-e-empreendedorismo-negro-que-financiara-apos-morte-de-beto-freitas/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/carrefour-divulga-projetos-de-equidade-racial-e-empreendedorismo-negro-que-financiara-apos-morte-de-beto-freitas/#respond Fri, 03 Sep 2021 21:36:59 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/a0048bce4ab2191aaac038757f04905a5e6c097cdfb105226fb8e16f8271fff8_5fbac712b55a7-2-300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=164 O Grupo Carrefour anunciou no dia 26 de agosto os 38 projetos de equidade racial e empreendedorismo negro que apoiará financeiramente durante um ano. O valor que cada projeto receberá varia, podendo chegar a R$ 65 mil.

As iniciativas foram selecionadas entre 1.625 inscritas em três editais, o de apoio para fortalecimento institucional de organizações e/ou coletivos afro-brasileiros da sociedade civil, com 13 projetos, e o de apoio a iniciativas de fomento ao empreendedorismo negro, com 15 projetos, e o de apoio a iniciativas de combate ao racismo e a discriminação, com 10 projetos.

A criação dos editais por meio do projeto Não Vamos Esquecer faz parte dos compromissos públicos assumidos pelo grupo após João Alberto Silveira Freitas, 40, o Beto Freitas, ser espancado e asfixiado por 4 minutos diante de 15 testemunhas por um segurança de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS) no Dia da Consciência Negra, em 2020.

Relembre o caso:

Ao todo, iniciativas de 13 estados foram selecionadas, a maior parte delas em São Paulo (7) e na Bahia (7), seguidas por Rio de Janeiro (5) e Rio Grande do Sul (4). Os demais estados são Maranhão (3), Pernambuco (3), Espirito Santo (2), Minas Gerais (2), Amazonas (1), Ceará (1), Paraíba (1), Piauí (1) e Sergipe (1).

Confira a lista completa das entidades com projetos selecionados:

Edital de Fortalecimento Institucional

Associação Comunitária, Cultural, Educacional e Política Casa do Hip Hop de Piracicaba. (SP)
Associação de Cultura, Arte, Educação e Esporte – Corpo e Mente (ES)
Associação de Pesquisadores Negros da Bahia – APNB (BA)
Associação de Povos Remanescentes de Quilombos de Segredo (BA)
Associação Escola de Samba Afro Cultural Unidos do Pôr Do Sol RS – AFROSOL (RS)
Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu – ACBANTU (BA)
Centro Cultural Cambinda Estrela (PE)
Comunidade Quilombola Dos Arturos De Contagem (MG)
Filhos de Gandhy (BA)
Instituto Ylúguerê de Educação, Política e Cultura Afro-Brasileira (MA)
Quilombo Maloca (SE)
Sociedade Beneficente e Cultural Floresta Aurora (RS)
Reciclarte (RJ)

Edital de Fomento ao Empreendedorismo Negro

Associação de Desenvolvimento Comunitário Rural do Assentamento Saco Curtume (PI)
Associação Comunitária de Canto (PB)
Associação Comunitária Cultural Quilombola do Ausente Feliz (MG)
Centro de Assessoria ao Movimento Popular (RJ)
Centro de Arte e Meio Ambiente – CAMA (BA)
Diáspora.Black (SP)
Granapretta – Finanças para Mulheres Negras (SP)
Instituto As Valquírias (SP)
Instituto de Apoio ao Desenvolvimento e Inclusão Social – IADIS (PE)
Instituto de Cultura e Economia Solidária Maria Luiza – Instituto Tia Luiza (PE)
Mostra Itinerante de Cinemas Negros – Mahomed Bamba (BA)
Negras Plurais (RS)
Pappo Consultoria (SP)
Plataforma www.diversidade.io (SP)
PROCOMECE – Projeto de Cultura, Esportes, Educação e Qualificação Profissional (RJ)

Edital de Combate ao Racismo

AFROCHAVES – Associação de Desenvolvimento Sociocultural Afro de Alfredo Chaves (ES)
Associação Comunitária Cantinho Feliz (CE)
Centro de Cultura Negra – Negro Cosme (MA)
Centro de Estudos e Pesquisas Visão de Futuro (MA)
Coletivo Virando a Rua (SP)
Instituto Cultural Afro da Amazônia – Projeto Afro (AM)
Malice Produções Culturais (RJ)
Observatório da Discriminação Racial no Futebol (RS)
Tem Dendê Produções (BA)
Ubuntu Filmes (RJ)

 

 

 

 

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‘Doutor Gama’, cinebiografia de jurista abolicionista e herói nacional, está disponível no Globoplay https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/08/14/doutor-gama-cinebiografia-de-jurista-abolicionista-e-heroi-nacional-esta-disponivel-no-globoplay/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/08/14/doutor-gama-cinebiografia-de-jurista-abolicionista-e-heroi-nacional-esta-disponivel-no-globoplay/#respond Sat, 14 Aug 2021 17:43:39 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/luiz-gama-300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=154 “Doutor Gama”, cinebiografia dirigida por Jeferson De, mostra a história de Luiz Gama, jurista e líder abolicionista brasileiro que viveu no século 19. O filme está disponível para assinantes na plataforma Globoplay.

Nascido livre, Gama foi escravizado após ser vendido pelo pai, mas obteve a liberdade após aprender a ler. Entrou para o exército e depois decidiu estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, mas foi rejeitado por alunos que não queriam compartilhar espaços e saberes com um homem negro.

Tornou-se advogado sem ter um diploma após estudar direito por conta própria. No dia 29 de junho de 2020, quase 139 anos após a sua morte, Luiz Gama se tornou o primeiro homem negro brasileiro a receber o título de Doutor Honoris Causa da USP (Universidade de São Paulo) e a segunda pessoa negra a receber tal título desde a fundação da universidade em 1934.

Em entrevista a Jairo MaltaLeonardo Sanchez, desta Folha, o diretor Jeferson De disse que, ainda que o período em que Gama viveu tenha sido tão sombrio para os negros brasileiros, quis fazer um filme que permitisse ao espectador conhecer Gama pela sua contribuição “política, intelectual e social” para o Brasil.

“Não se trata de levar o filme para um romantismo ingênuo e bobo. Falamos de um lugar de dor, mas é um lugar que não vai ter sangueira. Às vezes vemos nas telas corpos negros sendo violentados o tempo todo, gratuitamente, e não tiramos nada disso. Não que esse tipo de violência não aconteça, mas eu queria propor outra coisa com ‘Doutor Gama’”, disse.

O cineasta Jeferson De no set de filmagem de "Doutor Gama"
O cineasta Jeferson De no set de filmagem de “Doutor Gama”

Leia a reportagem “Jeferson De filma vida de Luiz Gama para voltar ao passado da luta antirracista“.

O filme dura cerca de 90 minutos e apresenta três atores no papel de Luiz Gama em diferentes momentos de sua vida: Pedro Guilherme (criança), Angelo Fernandes (jovem) e Cesar Mello (adulto).

Serviço:

DOUTOR GAMA

Onde: Globoplay e cinemas
Elenco: César Mello, Zezé Motta e Isabél Zuaa
Produção: Brasil, 2021
Direção: Jeferson De

Cartaz do filme "Doutor Gama", de Jeferson De
Cartaz do filme “Doutor Gama”, de Jeferson De

 

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Com padre Júlio, curta busca arrecadar doações para população de rua; saiba como ajudar https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/08/05/com-padre-julio-curta-busca-arrecadar-doacoes-para-populacao-de-rua-saiba-como-ajudar/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/08/05/com-padre-julio-curta-busca-arrecadar-doacoes-para-populacao-de-rua-saiba-como-ajudar/#respond Thu, 05 Aug 2021 20:36:12 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/WhatsApp-Image-2021-08-05-at-18.33.02-300x215.jpeg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=130 “‘Fique em casa’. Onde é a casa do morador de rua?”

“‘Lave as mãos’. Aonde?”

“‘Use álcool em gel’. Como?”

Para o padre Júlio Lancellotti, o distanciamento social imposto pela crise sanitária talvez seja o mais natural para as parcelas desabrigadas do país, já que “todos mantêm distanciamento de quem vive nas ruas”.

À frente de uma pastoral dedicada ao acolhimento desses grupos em São Paulo, o padre de 72 anos tem ganhado projeção nacional nos últimos anos — e até atraído ameaças de jovens católicos por seu “progressismo”. Nas redes sociais, sempre descreve as cenas com que se depara cotidianamente na capital paulista como uma crise humanitária.

Desta vez,  ele se juntou à Orquestra de Câmara da USP (OCAM), ao Coral Paulistano Mário de Andrade e a poetas de slam no curta-metragem “O Olho da Rua”, lançado no dia 21 de junho. Dirigido pela TILT REC e BICHO e co-produzido pela Porqueeu Filmes, o projeto busca arrecadar doações para os sem-teto.

As contribuições são feitas à Paróquia São Miguel Arcanjo, da qual o padre é pároco, e podem ser realizadas através de depósito bancário ou transferência via pix. Os dados completos estarão no pé do texto.

Em uma das cenas, o poeta Lucas Afonso questiona: “Pandemia, desemprego, tá vázio o armário. Como pode aumentar a fome e [ao mesmo tempo] a renda dos bilionários?”

“Tá tudo ao contrário”, ele conclui.

Com a pandemia e a alta no desemprego, o número de famílias desabrigadas não para de crescer em São Paulo, acentuando uma tendência de crescimento que vinha, pelo menos, desde 2015 na cidade.

Enquanto isso, bilionários do mundo surfam no aumento da desigualdade e ficam ainda mais ricos.

Há ainda a chegada  de uma onda de frio histórica ao país, que atinge sobretudo o Sul e o Sudeste, tornando a situação de quem não tem moradia ainda mais dramática. 

“É inaceitável o grau de invisibilidade dos cidadãos que estão na rua. Especialmente agora que o inverno chegou e que, além da fome alarmante, essa população estará enfrentando o frio gelado de noites intermináveis”, afirma Gil Jardim, maestro da OCAM e idealizador do curta-metragem. “Não dá para aceitar que muitos morram congelados e sem assistência”.

O próprio padre Júlio tem apelado pela liberação de estações de metrô durante as madrugadas, como espaços de acolhimento pelo tempo que durar a estação.

No filme, ele ainda aproveita para descrever o que seria uma ajuda que todos poderiam dar, sem custos algum : “não discrimine, não seja cruel, não fale contra a população em situação de rua. Se aproxime, olhe, seja humano”.

 

Dados para doações

Pix 63.089.825/0097-96 Depósito em conta: Bradesco • Ag 0299 • C/C 034857-0 • CNPJ: 63.089.825/0097-96 • Paróquia São Miguel Arcanjo

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Artista lança projeto para discutir masculinidade de homens negros LGBTQIA+ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/06/28/artista-lanca-projeto-para-discutir-masculinidade-de-homens-negros-lgbtqia/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/06/28/artista-lanca-projeto-para-discutir-masculinidade-de-homens-negros-lgbtqia/#respond Mon, 28 Jun 2021 22:26:30 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/Flip-Couto-em-Okó_-Masculinidades-Transatlânticas-300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=113 O artista Flip Couto lançou nesta segunda (28) o projeto Okó: MasKulinidades Transatlânticas, cujo objetivo é estudar e expressar formas alternativas e saudáveis de masculinidade que não sejam embasadas pelas discussões sobre a violência racial e policial e sobre a sexualização dos corpos negros.

O projeto é multimídia, composto por zines (revistas independentes), uma temporada de cinco episódios de um podcast inédito, o Rádio Okó, e dois vídeos com uma performance artística que envolve o corpo, a moda e a ocupação da cidade para expressar sentimentos, tudo isso partindo das experiências de um homem negro e gay.

Couto explica que para além de toda a luta por sobreviência, tanto de homens negros como de pessoas LGBTQIA+, a masculinidade precisa ser repensada de maneira que não se paute somente pelas violências sofridas ou eventuais, mas também pelos sentimentos.

 

Flip Couto em Okó_ Masculinidades Transatlânticas - Foto: @Afr0P
Flip Couto em Okó_ Maskulinidades Transatlânticas – Foto: @Afr0P

Cerca de 57% dos homens brasileiros foram ensinados a não expressar emoções, de acordo com o levantamento “O Silêncio dos Homens”, divulgado em 2019 junto com um documentário homônimo —ambos produzidos pelo portal Papo de Homem. Participaram da pesquisa, por meio de formulários online, quase 20 mil homens de todo o Brasil.

A criação de garotos para que se tornem “machos” leva 4 em cada 10 adultos a se sentir solitários, de acordo com o estudo, mas não para aí. Há outras consequências correlatas, como transtornos de ansiedade (31%), insônia (24%), vício em pornografia (23%), depressão (23%) e pensamentos suicídas (15%).

“É um tema que já permeia a minha vida, a minha construção social e a artística, mas eu nunca havia olhado para isso. Há vários grupos que discutem masculinidade, há estudos, mas eu nunca me vi representado nessas rodas de conversas e nesses conteúdos, então pensei e refleti sobre quais eram as minhas referências de masculinidade e descobri que eram os meus amigos gays, as minhas amigas lésbicas, as pessoas do meu dia a dia”, diz Couto.

A masculinidade, embora seja lembrada como algo ruim, pode e deve ser ressignificada.

O documentário “O Silêncio dos Homens” aborda variados graus de violência que passam pela raça, orientação sexual e gênero, além do machismo e misoginia, frutos da masculinidade tóxica. Ainda de acordo com o filme, homens brancos estão no topo da pirâmide social de bem estar e oportunidades, enquanto os homens transsexuais negros estão na base e na maior parte das vezes sequer são reconhecidos como homens —fruto da transfobia.

Mergulhando dentro de si, como costuma dizer, o artista encontrou matéria para suas primeiras experiências, uma delas aconteceu em 2018 durante um festival. Na ocasião, Couto performou virtualmente poemas de um colega. “Eu escutei o trabalho dele com o meu corpo”, afirma.

O projeto Okó: Maskulinidades Transatlânticas foi contemplado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, criada para socorrer artistas e trabalhadores de setores culturais durante a pandemia da Covid-19.

“Okó quer dizer homem em Pajubá [dialeto popular e usado pelos povos do santo e pela comunidade LGBTQIA+]. Queríamos [Couto e equipe] entender quem é esse homem nas diásporas negras do continente africano rumo às américas. É um trabalho que pesquisa as emoções desses corpos, que trabalha com a subjetividade, e tudo isso em relação com a rua, com as pessoas”, diz.

Serviço:

Temporada de Okó: Maskulinidades Transatlânticas

Período exposição: De 28 de Junho à 04 de Julho
Dias: Segunda à domingo
Horário: 20h
Via Sympla: https://www.sympla.com.br/oko__1239060

1ª temporada do Podcast Rádio Okó

28/06 – Viny Rodrigues: Falocracia e as Falácias do Homem
05/07 – Pedro Guimarães: Poéticas de um Corpo Negro Bixa
12/07 – Formigão: Ser Sapatão Preto
19/07 – Caru de Paula: Trans masculinidades, Memória e Saúde mental
26/07 – Neon Cunha: Cissexismo e a Performance de Gênero

Zines

Quantidade: 400 unidades
Locais: Centro de Culturas Negras (Jabaquara), Centro Cultural da Juventude (Vila dos Andrades), Centro Cultural Tendal da Lapa (Água Branca), Centro Cultural Vila Formosa, Centro Cultural São Paulo (Paraíso) e Centro Cultural Olido (Centro Histórico)

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Negros são menos de 5% dos indicados ao Prêmio Comunique-se, o Oscar do jornalismo brasileiro https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/06/25/negros-sao-menos-de-5-dos-indicados-ao-premio-comunique-se-o-oscar-do-jornalismo-brasileiro/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/06/25/negros-sao-menos-de-5-dos-indicados-ao-premio-comunique-se-o-oscar-do-jornalismo-brasileiro/#respond Fri, 25 Jun 2021 23:12:00 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/ViewImage-300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=99 O Prêmio Comunique-se divulgou no último dia 14 de junho os indicados em suas 27 categorias. Dos 214 comunicadores, somente 10 são negros, o equivalente a 4,7%, segundo levantamento feito pela Folha.

A jornalista Flávia Oliveira, colunista do O Globo e da rádio CBN e comentarista na GloboNews, foi a única pessoa negra a ser indicada em mais de uma categoria. Ela concorre nas categorias “mídia escrita” e “mídia falada” de Economia.

Em contrapartida, apenas oito comunicadores não negros somam 27 indicações. Os mais indicados são Natuza Nery (Globo), Nathalia Arcuri (RedeTV) e Guilherme Fiuza (Jovem Pan), com quatro indicações cada.

Dentre os oito mais indicados, cinco integram emissoras ou veículos valorizadas pelo presidente Jair Bolsonaro como Jovem Pan, RedeTV e Record.

Apesar de os vencedores serem escolhidos por votação popular, os indicados são escolhidos pela equipe da empresa Comunique-se S.A. Na prática, se a empresa não indicar um profissional, ele não poderá ser escolhido pelo público de nenhuma outra maneira.

O regulamento da premiação, disponível no site, informa que “os profissionais de comunicação que concorrerão ao Prêmio serão indicados primeiramente pela equipe do Comunique-se, com base nas indicações feitas pelos internautas por meio da votação no Portal Comunique-se e na página do Prêmio Comunique-se“.

O público apenas poderá votar para escolher entre os indicados três finalistas para cada categoria e, posteriormente, os 27 premiados. O resultado da votação é auditado, segundo o regulamento, por uma empresa independente.

Procurada, a Comunique-se não respondeu aos questionamentos até a publicação deste texto.

Entre os mais indicados, em três categorias, está o jornalista Augusto Nunes, que nesta quarta (24) disse em comentário ao vivo na Rádio Jovem Pan que “até a tonalidade da pele” indicaria que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) mentiu ao falar sobre irregularidades nas negociações de compra da vacina Covaxin contra Covid-19 pelo governo federal.

De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Miranda se declarou em 2018 como sendo branco.

“Todos os casos, inclusive essa evidente fraude ensaiada pelo deputado, seu irmão, Renan Calheiros e etc. As imagens que nós mostramos, elas falam. Nessas imagens, o rosto fala, os olhos falam, o tom de voz, o timbre, tudo fala. Até a tonalidade da pele e tal. É evidente que o Onyx, um político muito tarimbado, está falando a verdade”, disse Augusto Nunes.

Pelo comentário em vídeo (veja abaixo), não há como afirmar que a fala teve cunho racista, embora tenha sido interpretada por usuários nas redes sociais dessa maneira.

O jornalista disse à Folha que já no começo do comentário expressou que “o rosto fala, fala com o olhar inseguro, por exemplo. Ou com a boca ressecada. Ou com a tonalidade da pele. Quem mente corre o risco de ficar ruborizado, com a pele avermelhada. Quando me exponho ao sol por muito tempo, meu rosto adquire uma tonalidade bronzeada”.

Para Nunes, “quem vê racismo nesta constatação (sem ficar ruborizado) precisa de psiquiatra”.

Veja algumas das publicações de usuários que demonstraram incômodo e apontaram racismo na fala do jornalista, veja:

A forma como Nunes se expressou, porém, não foi percebido da mesma maneira por todos. Alguns usuários, por exemplo, não viram racismo neste caso:

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Sobre bicicletas e vidas negras roubadas https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/06/20/sobre-bicicletas-e-vidas-negras-roubadas/ https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/2021/06/20/sobre-bicicletas-e-vidas-negras-roubadas/#respond Sun, 20 Jun 2021 15:00:12 +0000 https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/bike--300x215.jpg https://vidasnegrasimportam.blogfolha.uol.com.br/?p=92 O jornalista Janio de Freitas, a quem leio, publicou na sua coluna um texto do qual discordo fundamentalmente. O racismo, metamorfoseando o clichê de Antoine de Saint-Exupéry, também é invisível aos olhos. No entanto, a pele o sente bem.

Primeiro você não sente nada, é tudo muito rápido. Em seguida, o local fica quente, úmido, o sangue, grosso, deixa seu corpo e tinge a pele preta com o elixir da vida. E então a dor. Isso, evidentemente, se a bala não tiver deslizado pelos cabelos e atravessado o neurocrânio, responsável por proteger o cérebro. Neste caso, talvez não dê tempo de sentir nada.

O racismo é assim. Ele entra em nossos corpos num instante e, às vezes, sentimos a dor e reagimos, noutras vezes, só percebemos quando já é tarde demais.

A maior parte do racismo é essencial e estruturalmente dissimulada. Não é curioso que as balas perdidas sempre encontrem Ágatha, João Pedro, Marcus Vinicius apesar de ninguém ter gritado aos quatros ventos que iria disparar um fuzil contra uma criança negra porque ela era negra? Me pergunto se avisaram a mãe de Lucas, de 14 anos, que sumiu de sua casa e apareceu no IML, que o garoto teve sua vida roubada por ser preto.

O exercício do jornalismo nos obriga a ver por baixo do que é dito e, especialmente, o que não é dito. Usemos os dados que estão à nossa disposição para tentar analisar o entorno de maneira a entender o objeto central da análise.

Um homem negro tem 74% mais chance de ser morto do que um branco, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento feito pela Folha para a série Inocentes Presos (recomendo a leitura) mostra que, de 100 pessoas presas injustamente, 60 eram negras. Além de deixar evidente que as principais causas para as prisões são, veja só, reconhecimento incorreto (42 casos) e identificação incorreta (25 casos).

Objetivamente: o racismo é um crime cujas provas são de difícil produção porque o delito frequentemente acontece de forma velada e, além de ser velada, encontra em pessoas brancas com influência respaldo para que seja relativizado e sua ocorrência posta em dúvida.

O principal suspeito de roubar a bicicleta, um jovem branco morador de Botafogo conhecido pela polícia por justamente roubar bicicletas, foi solto. Lembra-se de Rafael Braga, preso por portar o perigosíssimo desinfetante Pinho Sol?

Por fim, devo dizer que eu concordo com Janio sobre as demissões do casal. Creio que as duas empresas perderam a excelente oportunidade de educar em vez de punir. Poderiam, por exemplo, contratar pensadores negros para um ciclo de palestras dedicados a todos os seus funcionários, incluindo o casal branco, para que o visto no vídeo e amplamente repercutido não acontecesse novamente por causa de nenhum dos seus colaboradores.

Não há respostas fáceis quando o assunto é racismo, mas podemos, juntos, construir soluções possíveis.

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