Com padre Júlio, curta busca arrecadar doações para população de rua; saiba como ajudar

“‘Fique em casa’. Onde é a casa do morador de rua?”

“‘Lave as mãos’. Aonde?”

“‘Use álcool em gel’. Como?”

Para o padre Júlio Lancellotti, o distanciamento social imposto pela crise sanitária talvez seja o mais natural para as parcelas desabrigadas do país, já que “todos mantêm distanciamento de quem vive nas ruas”.

À frente de uma pastoral dedicada ao acolhimento desses grupos em São Paulo, o padre de 72 anos tem ganhado projeção nacional nos últimos anos — e até atraído ameaças de jovens católicos por seu “progressismo”. Nas redes sociais, sempre descreve as cenas com que se depara cotidianamente na capital paulista como uma crise humanitária.

Desta vez,  ele se juntou à Orquestra de Câmara da USP (OCAM), ao Coral Paulistano Mário de Andrade e a poetas de slam no curta-metragem “O Olho da Rua”, lançado no dia 21 de junho. Dirigido pela TILT REC e BICHO e co-produzido pela Porqueeu Filmes, o projeto busca arrecadar doações para os sem-teto.

As contribuições são feitas à Paróquia São Miguel Arcanjo, da qual o padre é pároco, e podem ser realizadas através de depósito bancário ou transferência via pix. Os dados completos estarão no pé do texto.

Em uma das cenas, o poeta Lucas Afonso questiona: “Pandemia, desemprego, tá vázio o armário. Como pode aumentar a fome e [ao mesmo tempo] a renda dos bilionários?”

“Tá tudo ao contrário”, ele conclui.

Com a pandemia e a alta no desemprego, o número de famílias desabrigadas não para de crescer em São Paulo, acentuando uma tendência de crescimento que vinha, pelo menos, desde 2015 na cidade.

Enquanto isso, bilionários do mundo surfam no aumento da desigualdade e ficam ainda mais ricos.

Há ainda a chegada  de uma onda de frio histórica ao país, que atinge sobretudo o Sul e o Sudeste, tornando a situação de quem não tem moradia ainda mais dramática. 

“É inaceitável o grau de invisibilidade dos cidadãos que estão na rua. Especialmente agora que o inverno chegou e que, além da fome alarmante, essa população estará enfrentando o frio gelado de noites intermináveis”, afirma Gil Jardim, maestro da OCAM e idealizador do curta-metragem. “Não dá para aceitar que muitos morram congelados e sem assistência”.

O próprio padre Júlio tem apelado pela liberação de estações de metrô durante as madrugadas, como espaços de acolhimento pelo tempo que durar a estação.

No filme, ele ainda aproveita para descrever o que seria uma ajuda que todos poderiam dar, sem custos algum : “não discrimine, não seja cruel, não fale contra a população em situação de rua. Se aproxime, olhe, seja humano”.

 

Dados para doações

Pix 63.089.825/0097-96 Depósito em conta: Bradesco • Ag 0299 • C/C 034857-0 • CNPJ: 63.089.825/0097-96 • Paróquia São Miguel Arcanjo